Existem sonhos de infância difíceis de explicar. Ainda me lembro em criança, e como estão
distantes esses tempos, acompanhar algumas das novelas mais carismáticas da
Globo. Muitas eram temáticas e as mais emblemáticas, na sua grande maioria, eram
histórias referentes a zonas mais rurais
do Brasil. Quem não se lembra de “Roque
Santeiro”?!
Dificil de esquecer,
mesmo para quem como eu, hoje em dia, já não vê novelas. Era a “golden era” da
Globo ou então a década de 80 portuguesa no seu expoente máximo, onde apenas havia direito a 2 canais de televisão. Nos
dias que correm é dificíl de imaginar tal cenário, quando à distância de um simples
telefonema, e no meio de muitas promessas e juras de amor quase eterno, se pode
contractar um serviço que fornece mais de 100 canais.
Voltando ás
novelas, há época, a RTP1 passava maioritariamente essas novelas no chamado
horário nobre. Durante anos a fio, era uma espécie de ritual. Após o jantar, as
familias reuniam-se, ainda que em silêncio, em frente à pequena caixa que em
tempos alguém disse que mudou o mundo. Durante uma hora o barulho era proibido!
Não se podia perder pitada de cada episódio!
A partir de
determinada altura, e com o cada vez mais crescente sucesso, algumas dessas
novelas made in Globo da chamada 2ª
linha, ou seja, sem direito a horário nobre, começaram a ser transmitidas á
hora de almoço e são essas que eu recordo com mais carinho.
Filmada em São Paulo, “Vereda Tropical” é um desses exemplos, onde a história de Luca, o
jogador de futebol, ainda hoje popula o meu imaginário e confesso que a
relembro com nostalgia.
O Famoso Orelhão
E eis-me finalmente
chegado ao tema central desta crónica. Esporadicamente durante as cenas dessa
novela, algo captava a minha atenção. Uma espécie de cogumelo gigante cortado
ao meio que aparecia nas ruas...como que ali plantado. E como existem tantos desses
“meio cogumelos” aqui em São Paulo! Estou-me a referir ao carismático e
emblemático Orelhão!
Com um aspecto bem
diferente das que existem em Portugal, o Orelhão, não é mais do que uma cabine
telefónica, mas com mais carisma. Passados todos estes anos, eu tinha
finalmente a oportunidade, de por assim dizer, brincar com um Orelhão ao vivo e
a cores! Aqui em São Paulo há para todos os gostos: azuis, vermelhos, amarelos,
laranjas, etc...é uma questão de gosto!
À primeira oportunidade
e, tal como uma criança quando recebe um presente, deixei-me fotografar ao lado
de um Orelhão, quebrando assim uma regra de grande parte dos fotógrafos, que na
sua grande maioria não gostam de se deixar fotografar...mas exitem exepções,
não é Miguel Claro?! J
Não deixa de ser
curioso, como as coisas mais simples, são as que mais nos enchem a alma. Ao
longo das várias viagens que fiz, não tenho uma foto minha a pousar ao lado do
Taj Mahal, ou junto á grande muralha da China, mas...tenho MUITAS fotos com o
carismático Orelhão!
Como diria o grande
Fernado Peça: E esta, hein?!
Muito bom! Gosto especialmente do último parágrafo!!!! E a tua foto... pareces mm uma criança dentro do orelhão heheh
ResponderEliminarCuriosamente o Orelhão foi criada por uma CHINESA radicada no Brasil.... mais detalhes aqui: http://callparade.com.br/noticias/a-historia-dos-orelhoes/
ResponderEliminarHoje se usam cartões do tamanho de um cartão de crédito, mas por décadas se usavam "fichas", já que a inflação era tão alta que as moedas perdiam o valor rapidamente e não podiam mais ser usadas para se fazer ligações como vemos nos antigos filmes de Hollywood. Detalhe: o cartão é também uma invenção brasileira que por acaso foi adotada pela CHINA (um cartão daqui funciona lá!).