segunda-feira, 3 de novembro de 2014

O Orelhão!

Existem sonhos de infância difíceis de explicar. Ainda me lembro em criança, e como estão distantes esses tempos, acompanhar algumas das novelas mais carismáticas da Globo. Muitas eram temáticas e as mais emblemáticas, na sua grande maioria, eram histórias  referentes a zonas mais rurais do Brasil. Quem não se lembra de  “Roque Santeiro”?!
Dificil de esquecer, mesmo para quem como eu, hoje em dia, já não vê novelas. Era a “golden era” da Globo ou então a década de 80 portuguesa no seu expoente máximo, onde  apenas havia direito a 2 canais de televisão. Nos dias que correm é dificíl de imaginar tal cenário, quando à distância de um simples telefonema, e no meio de muitas promessas e juras de amor quase eterno, se pode contractar um serviço que fornece mais de 100 canais.

Voltando ás novelas, há época, a RTP1 passava maioritariamente essas novelas no chamado horário nobre. Durante anos a fio, era uma espécie de ritual. Após o jantar, as familias reuniam-se, ainda que em silêncio, em frente à pequena caixa que em tempos alguém disse que mudou o mundo. Durante uma hora o barulho era proibido! Não se podia perder pitada de cada episódio!
A partir de determinada altura, e com o cada vez mais crescente sucesso, algumas dessas novelas made in Globo da chamada 2ª linha, ou seja, sem direito a horário nobre, começaram a ser transmitidas á hora de almoço e são essas que eu recordo com mais carinho.
Filmada em São Paulo, “Vereda Tropical” é um desses exemplos, onde a história de Luca, o jogador de futebol, ainda hoje popula o meu imaginário e confesso que a relembro com nostalgia.

O Famoso Orelhão

E eis-me finalmente chegado ao tema central desta crónica. Esporadicamente durante as cenas dessa novela, algo captava a minha atenção. Uma espécie de cogumelo gigante cortado ao meio que aparecia nas ruas...como que ali plantado. E como existem tantos desses “meio cogumelos” aqui em São Paulo! Estou-me a referir ao carismático e emblemático Orelhão!
Com um aspecto bem diferente das que existem em Portugal, o Orelhão, não é mais do que uma cabine telefónica, mas com mais carisma. Passados todos estes anos, eu tinha finalmente a oportunidade, de por assim dizer, brincar com um Orelhão ao vivo e a cores! Aqui em São Paulo há para todos os gostos: azuis, vermelhos, amarelos, laranjas, etc...é uma questão de gosto!

À primeira oportunidade e, tal como uma criança quando recebe um presente, deixei-me fotografar ao lado de um Orelhão, quebrando assim uma regra de grande parte dos fotógrafos, que na sua grande maioria não gostam de se deixar fotografar...mas exitem exepções, não é Miguel Claro?! J

Não deixa de ser curioso, como as coisas mais simples, são as que mais nos enchem a alma. Ao longo das várias viagens que fiz, não tenho uma foto minha a pousar ao lado do Taj Mahal, ou junto á grande muralha da China, mas...tenho MUITAS fotos com o carismático Orelhão!

Como diria o grande Fernado Peça: E esta, hein?!